Na última semana, falamos aqui no blog do Informador Fácil sobre os desafios para a regulamentação das moedas digitais criptografadas, como os bitcoins.
Lembrando que a tecnologia está em alta e que o Direito da Inovação é um dos ramos em ascensão no País, hoje vamos falar sobre a solução que um escritório de Advocacia de São Paulo encontrou para cobrar de startups.
Como muitos negócios embrionários ainda não possuem dinheiro para investir em um atendimento jurídico, o Braga Nascimento e Zilio criou uma área de inovação: a BNZ for Startups, com moeda pré-paga inclusive.
As startups e o atendimento jurídico no Brasil
As startups enfrentam dificuldades na hora de negociar com os escritórios jurídicos. O tradicional sistema de pagamento por honorários é inviável para esses negócios ainda no início de carreira.
A impossibilidade de contratar assistência jurídica pode ser catastrófica para essas empresas, gerando complicações legais que podem culminar até o seu fechamento.
A solução inovadora nasceu em um escritório de advocacia
Arthur Nascimento, filho de um dos criadores do Braga Nascimento e Zilio, teve a ideia de criar um atendimento personalizado para startups na pós-graduação.
“No decorrer do curso, tive aulas de empreendedorismo e aprendi muito sobre o ecossistema de startups. Vi que faltavam escritórios jurídicos que pudessem oferecer um serviço acessível a esse público. A maioria dos escritórios tradicionais tem uma atuação consolidada, com clientes grandes e uma grife reconhecida. É muito difícil eles mudarem seu núcleo de atuação e oferecem um serviço mais acessível e para startups”, conta ele em entrevista à revista Exame.
No final do ano passado, ele apresentou um projeto para a criação de uma área de inovação dentro do escritório. Em janeiro, a BNZ for Startups começou a funcionar, tendo o próprio Arthur como diretor.
A moeda pré-paga para startups
Na BNZ for Startups, o cliente já sabe quanto vai gastar para contratar consultoria tributária, desenvolvimento de contratos societários, memorandos de entendimentos para constituir a startup, registro de marca e de softwares e termos de uso e de privacidade.
O pagamento pré-pago é feito pela BNZ Points, uma moeda criada pelo próprio Braga Nascimento e Zilio. O cliente adquire um pacote mínimo de 2000 BNZs e, a cada serviço, já sabe quantos BNZs ele irá custar.
O escritório não revela quanto a moeda vale em reais, mas garante que a empresa pode ter acesso aos principais serviços jurídicos por um custo 75% mais barato do que aquele cobrado pelo mercado tradicional. A BNZ também oferece serviços avulsos, que custam 30% a mais que o pacote.
Segundo Arthur, o modelo tradicional por hora não tem muita transparência. O serviço acaba saindo muito mais caro que o planejado. Sendo assim, transformar os honorários em moeda trouxe muito mais transparência e segurança para essas empresas embrionárias.
Os resultados foram positivos
A BNZ for Startups saiu do escritório e funciona, hoje, em um coworking tradicional de São Paulo. A meta é atender mais de 100 clientes até o fim do ano.
Além disso, abrir uma área de inovação dentro de um escritório tradicional tem duas vantagens A primeira é a fidelização de clientes. Ao ajudar as empresas ainda em fase de construção, elas podem se transformar em clientes do escritório tradicional futuramente.
A segunda vantagem foi a mudança da mentalidade dos funcionários do escritório tradicional. Com um departamento de inovação, eles não geraram apenas mais receita, mas agregaram valor de mercado, inovação e velocidade.
* Créditos da imagem: BNZ for startups/Divulgação
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